segunda-feira, 2 de maio de 2016

Reunião de comissão do impeachment dura dez horas e tem bate-boca




Durou cerca de dez horas a reunião da Comissão Especial do Impeachment no Senado hoje (2), quando foram ouvidos três especialistas a favor do impedimento da presidenta Dilma Rousseff. Ao longo de todo o dia, o clima de tensão levou a alguns episódios de discussões acaloradas e até bate-boca entre senadores.

Foi o caso de uma discussão entre os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ) no momento em que Caiado leu uma reportagem que informava que o governo estaria apagando informações importantes dos computadores do Palácio do Planalto para que um eventual governo de Michel Temer não tivesse acesso a elas.

Lindbergh chamou o senador e a notícia de mentirosos o que provocou reação de Caiado. “Vamos lá para fora, seu merda”, disse o senador goiano já de pé. Após a intervenção de colegas, os dois retomaram seus lugares e a reunião continuou.

o fim dos trabalhos, senadores governistas reafirmaram suas convicções de que, apesar das reiteradas afirmações dos convidados de que a prática de pedaladas fiscais e edição de decretos de liberação de créditos sem autorização do Congresso configuram crime de responsabilidade fiscal, eles acreditam que não há motivos para o impeachment de Dilma Rousseff.

“A primeira vez que se analisa as relações com os bancos públicos e a primeira vez que se analisa os decretos de suplementação, o Tribunal de Contas já pede a punição máxima e, a partir disso, abre espaço para que se peça o impeachment da presidente da República para tentar justificar. Quero lamentar o que vivemos no país hoje”, disse a senadora Gleisi Hoffmann.

Os três convidados – o promotor do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, Julio Marcelo Oliveira; o advogado Fábio Medina Osório e o professor do Departamento de Direito Econômico-Financeiro e Tributário da Universidade de São Paulo (USP), Maurício Conti – reiteraram, no entanto, suas convicções de que a presidenta deve ser afastada.

Em suas alegações finais, Osório disse que “as questões políticas foram as verdadeiras práticas que levaram a presidente Dilma ao impeachment”.


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