quinta-feira, 21 de julho de 2016

1# Historiografia Marxista - Estrutura




Ao olhar cuidadosamente os métodos historiográficos ditos marxistas desde sua base originária até sua expressão substancial na sociedade de estudo, reuni observações juntamente com uma análise profunda a respeito e cheguei a algumas conclusões que evidenciam que ela não passa de uma visão estereotipada e absurda do passado, enquanto através dessa ilusão, criam paralogismos hipotéticos incontestáveis de um futuro cuja formação e estrutura temporal é mais ou menos indefinida.

Devemos primeiramente compreender – pelo menos de forma simplista – a mente deficiente caminhante ao processo historiográfico marxista, em razão da estrutura mental dos revolucionários que já nos concede um grande espaço.

A percepção temporal dos revolucionários é diferente das pessoas comuns e do restante da humanidade. Nós compreendemos o tempo como sucessão de possibilidades que ocorrem até o momento em questão, e o encaixe dela nas possibilidades futuras (Passado se liga ao Presente que se liga ao Futuro).  Já na mente revolucionária, que a visão e como intuito inicial é instaurar na humanidade a ordem e justiça, colocam promessas e esperanças de um futuro hipotético em que tudo será belo e perfeito. Essas analogias hipotéticas servem como estrutura base da mentalidade revolucionária. Ao mesmo tempo em que os revolucionários se colocam como enunciadores de justiça e a ordem que se encarregam no estado socialismo/comunismo, também se colocam como agentes deste processo em que o momento futuro é completamente diferente dos outros. Retiram metafísicas religiosas e colocam, portanto, um tempo que não é um transcurso da história humana, tornando-se um tempo que apenas vive na mente deles (e dessa forma, os revolucionários atribuem esta certeza da mesma forma que a metafísica atribuiria – mesmo eles retirando-a).

Na simples estrutura já temos algumas objeções:
1- A sociedade perfeita pode não permanecer perfeita e nem será, uma vez que os revolucionários já proclamam a perfeição encarnadas neles mesmos – praticando genocídios e diversos crimes – logo, para que a sociedade futura seja perfeita, não haverá “justiça e ordem” e sim: mais matança, mais genocídios e mais crimes.
2- Não se trata de um dado científico, logo improvável e suscetível a qualquer margem de erro que nenhum método analítico poderá conceder uma sociedade perfeita tão benevolentemente oferecida.
3- A história, portanto, apenas existe em função deste futuro (socialismo/comunismo) que deve ser atingindo de qualquer forma (objetivo e razão da história existir), logo vemos uma inversão radical do tempo e, se há uma inversão na sua própria base etimológica, quem nos garante de que essa inversão da percepção natural do tempo e das coisas como se apresentam, não possa evoluir na própria aplicação da nova sociedade, gerando mais inversões, alavancando o poder dos revolucionários e consequentemente gerando menos justiça e ordem?

Vemos que para o revolucionário a única certeza é o futuro obstinado pelas suas próprias mentes que move a sociedade, logo o sentido que tudo o que aconteceu e o que está acontecendo no presente, passa a depender deste futuro – ou, em outras palavras, das ações e da mente dos marxistas. Em contrapartida, ainda neste contexto, quando aparece algum fato histórico que os desagradem, eles passam a atribuir tal acontecimento e/ou qualquer outra coisa a favor ou contra o próprio marxismo. Exemplos bem práticos dessas dialéticas: 1- A URSS praticou aquilo que deveria fazer, só não deu certo porque o socialismo foi interrompido por fatores externos. 2 - A URSS praticou tudo errado, eles deturparam Marx. Sem dúvida alguma o leitor já deve ter ouvido essas duas frases, talvez até da mesma pessoa.

Por conta dessas contradições em sua própria estrutura lógica vemos que a idéia de um futuro hipotético se tornar realidade é impossível de ser apreendido como dado experimental. Se não temos como saber como a História humana termina, também não podemos definir o que foi “meio e objeto” dessa história. Karl Marx dizia que o proletariado em toda a sua história agiu da forma evolutiva e que apenas ele é, objetivamente, o autor da história e final dela mesma (colocando a história como um fim em si mesmo). Mas, ora, como Karl Marx concilia sua teoria da objetividade evolutiva relacionado aos proletariados, ao mesmo tempo em que sua teoria é baseada na dialética interna e sendo ele mesmo um burguês? (alertando os engraçadinhos, não há o porquê reclamar deste ad hominem). Ademais, Karl Marx em todo o processo histórico analisado cometeu esse erro inteiramente pueril: Proferiu de analisar as classes sociais, modos de produções e suas evoluções lineares (Escravista antigo, Feudalismo, Capitalismo), enunciado através de um método de análise dialética e, por consequência, a existência viva de Karl Marx já colocava toda a idéia de percepção proletária como objetiva da história, abaixo da linha de coerência (se, somente o proletariado tem a visão objetiva da história, como um burguês teve essa visão?).

De cara nós já conseguimos evidenciar algumas definições que por um meio probante nos abre o questionamento: Se a base da mentalidade marxista-revolucionária já coincide em problemas etimológicos, epistemológicos, incoerências e dialéticas que simplesmente agem a favor da inversão moral e inversão temporal, como nós podemos encontrar resoluções práticas e objetivas na história, através de um método cuja formação já confere uma problematização de exemplos históricos correspondentes à própria formação das medidas sociais e lógicas?

Definitivamente impossível. Uma vez caracterizado a formação de um método historiográfico cuja base seja simplesmente incoerente e que até gera uma repulsa problemática de seu utilizador (ser proletário para utilizar):

1- A evolução linear de uma sociedade é simplesmente impercebível uma vez que o método visa à prática dialética cultural/econômica/social.
2- A definição de história se inverte para um futuro hipotético, imputando a necessidade da formação objetiva de seu significado mais sutil, em que a compreensão do final da sociedade também requer a compreensão inicial de uma sociedade.
3- A formação historiográfica passa a se tornar restrita ao uso e ao mesmo tempo aberta a todos, uma vez que a utilização dela pode transitar suas interpretações, contanto que favoreça a percepção temporal e formação moral revolucionária socialista.

Vemos, portanto, que a origem da historiografia marxista já nos concede informações que nos artigos seguintes a respeito, compreenderemos o porque deste método ser uma completa farsa.


Por: Lucas Emmanuel Plaça


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