quinta-feira, 6 de abril de 2017

As histórias de Shin e Manuela são paralelas, mas se entrecruzam pela força da hipocrisia




Shin Dong-hyuk nasceu na Coreia do Norte, em um campo de concentração, em 1982.

Manuela d'Ávila nasceu no Brasil, em Porto Alegre, em 1981.

Shin passou a infância comendo ratos e sendo torturado por oficiais da ditadura comunista de seu país.

Manuela passou a infância de cidade em cidade, porque sua mãe trabalhava como juíza. Falando em mãe, em 1996,

Shin foi torturado e delatou a sua para os responsáveis pelo campo de concentração. Ela pretendia fugir com o irmão, e ele temia ser punido por causa deles. A delação de Shin valeu a execução de sua mãe e de seu irmão.

Em 1999, Manuela se filiou a União da Juventude Socialista, e, em 2001, ao Partido Comunista do Brasil. Em 2004, Manuela foi eleita a vereadora mais jovem da história de POA.

Em 2005, Shin foi obrigado a trabalhar em uma cerca elétrica, por onde conseguiu fugir do Campo de Concentração.

Manuela passou os anos que se seguiram defendendo o PCdoB, as bandeiras de esquerda e disputando outros pleitos até ser a recordista de votos em sua eleição para deputada estadual, em 2014.

Shin passou os anos que se seguiram fugindo dos agentes comunistas e posteriormente se reintegrando socialmente ao mundo civilizado, na Coréia do Sul.

Manuela continua comunista, tendo crescido saudavelmente em um país livre. Shin continua oprimido pelos fantasmas do passado.

As histórias de Shin e Manuela são paralelas, mas se entrecruzam pela força da hipocrisia de quem só vende o comunismo idílico porque passou a vida a se empanturrar de capitalismo, e pela força da tragédia de quem teve sua vida despedaçada porque passou toda ela encarando o comunismo de verdade.

Manuela e Shin

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